Depois do sorriso do lagarto,chegou a hora da corneta. O negócio é cornetear. Não importa nada, nem ninguém. Se você espera um blog construtivo, politicamente correto, pois senta, e continua esperando. Aqui, olho no lance, a jogada é criticar e liberar o stress. Terapia é bom, mas cornetear, camaradas, não tem preço. Aliás, o blog é grátis, popular, e não precisa entrar na cota para ler. 

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Dunga reescreve a história.


Boa parte do Brasil, e do mundo, aguardava ansiosamente a lista dos convocados de Dunga para a Copa do Mundo da África, aquela copa profunda, ancestral, Bafana Bafana. Houve muito debate, muita tertúlia e análise sobre quem seriam os escolhidos do anão. Pois como diz o provérbio, a montanha pariu um rato. E o povo esperava um ganso, um pato, ou até mesmo a volta do boto. A mediocridade é tanta, entre Ramires, Elanos, Klebersons, Donis, Josués, Felipes Melos e Grafites, que só mesmo a câmara dos deputados pode fazer frente. Que Jesus, Alá, Buda, Ganesh, enfim, todos os deuses nos ajudem, pois a tarefa, que já não era fácil, torna-se agora hercúlea. 

Mas a corneta não segue a onda, não vai com o debate óbvio e prefere enfatizar algo que passou desapercebido pela imprensa, que estava ainda abobalhada pela lista de ingredientes com os quais o anão vai certamente nos oferecer um bolo abatumado de futebol medíocre e previsível. Claro, o que eu mais desejo é que ele me queime a língua. O fato é que o Dunga ontem reescreveu a história, e ninguém se deu conta. 

Como quem tratava de driblar as perguntas desconcertantes dos jornalistas, a maioria em estado de choque, Dunga, que como jogador tinha a habilidade e a ginga de um turista alemão desfilando na Caprichosos de Pilares na ala dos gringos com fantasia alugada, tratou de fazer manobras avançadas. Movimentos retóricos de efeito. Declarou, entre outras pérolas, que quando foi visitar o Mandela, incógnito, a imprensa deu pau e disse que ele queria recomeçar o apartáimi, ou em inglês, apart-time. Sim, isso mesmo. O apartáimi. E não disse uma vez só não. Ele insistiu. Disse que isso era uma acusação suja. E que admira o Mandela. 

Pois é. Mandela, que tem fama de líder mundial, mas que bem pouca gente sabe que na real teve muita sorte, pois quando saiu da cadeia já ninguém sabia quem ele era e qual tido sido seu papel na luta pelo fim do apartheid, recebeu o Dunga. O anão o admira, pois ele é um “grande líder, que não usou a violência, só a inteligência”. O fato é que em um momento da luta contra o APARTHEID, Mandela chegou a defender o uso da violência, e muita gente morreu nessa empreitada. Aliás, o  Ronaldinho lembra, naquele clássico em que ele deu um lindo chapéu no anão, como o tosco Dunga conseguiu pará-lo na sequência da jogada. Com suma inteligência, baixou-lhe o sarrafo e foi expulso. Lembram? Mandela teria vergonha de ver um branco atacando assim um pobre pretinho. Ainda bem que o “apartáime” já acabou. 

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