Depois do sorriso do lagarto,chegou a hora da corneta. O negócio é cornetear. Não importa nada, nem ninguém. Se você espera um blog construtivo, politicamente correto, pois senta, e continua esperando. Aqui, olho no lance, a jogada é criticar e liberar o stress. Terapia é bom, mas cornetear, camaradas, não tem preço. Aliás, o blog é grátis, popular, e não precisa entrar na cota para ler. 

sábado, 19 de março de 2011

Dilma: a torturada que aplaude o torturador


Ontem, a comunidade internacional, seja lá o que isso signifique verdadeiramente, viveu um dia histórico. Ou quase. Frente à loucura do descontrolado e caquético Gaddafi, o Conselho de Segurança eternamente inoperante das Nações Unidas resolveu acordar e tomou uma atitude. Esperemos que permaneçam acordados e este não seja apenas um espasmo.  O fato concreto é que se mandou uma mensagem clara ao cachorro louco do deserto. A coisa vai esquentar e um ataque aéreo é iminente. Assim, os olhares do mundo dividem-se hoje entre a usina nuclear de Fukushima e Benghasi, a cidade que concentra o comando rebelde que ousou enfrentar o “líder”  da revolução líbia, que se mantém no poder mamando nas tetas ricas dos poços de petróleo enquanto o povo sofre a mesma fome depois de 42 anos. Muito tempo.

Eis que então, nesse dia memorável, quando finalmente o mundo quase civilizado resolveu reagir à barbárie, o Brasil decide acovardar-se na hora da votação. Rabo entre as pernas, se absteve. Ora, que alguém me explique como um país que se diz emergente, supostamente a única democracia verdadeira entre os novos ricos - ou velhos pobres, já que os países ricos agora empobrecem - e que depois de anos e anos batalha por provar ao mundo que merece um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU, resolve aliar-se aos russos e chineses e não pronunciar-se claramente contra um déspota assassino de carteirinha. Uma vergonha sem tamanho. Hoje, numa entrevista coletiva, o ministro líbio do petróleo declarou que o país espera continuar produzindo e que aguarda contatos de empresas chinesas e brasileiras que queiram trabalhar com eles. Será que foi isso que pesou na hora da decisão? Ou será que o Chávez ligou para a Dilma e disse que “ la chapa está caliente” e o melhor é o Brasil ficar frio se quiser continuar a ser nosso camarada?

O cálculo político da diplomacia inoperante brasileira enche a nação de vergonha. Nem Felipe Melo teria feito melhor. Eu que pensei que o discurso da Dilma em que afirmava que o Brasil não seria mais conivente com ditaduras era sério. Na certa ela não se deu conta do que ocorria, pois estava tirando fotos com a Shakira, enquanto o Patriota, a quem a Corneta agora se referirá como Pateta, manchava o nome do país na hora do voto. O difícil mesmo é entender como a Dilma, que foi torturada, hoje se cala e aplaude um torturador.  Que alguém acorde nesse governo, antes que seja tarde.