Depois do sorriso do lagarto,chegou a hora da corneta. O negócio é cornetear. Não importa nada, nem ninguém. Se você espera um blog construtivo, politicamente correto, pois senta, e continua esperando. Aqui, olho no lance, a jogada é criticar e liberar o stress. Terapia é bom, mas cornetear, camaradas, não tem preço. Aliás, o blog é grátis, popular, e não precisa entrar na cota para ler. 

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Dilma e a crônica de uma corrupção anunciada.

Desde o dia em que o Brasil foi escolhido como sede de dois eventos esportivos internacionais de envergadura,especificamente, o festim da FIFA em 2014 e os jogos olímpicos em 2016, o povo , ainda que orgulhoso pela escolha, sabia que ia dar chabu. Abririam-se as comportas da nossa Itaipu corruptora e rios de dinheiro correriam aos bolsos de políticos e seus cupinchas.  Claro, entrementes, a nação queimaria o filme. O Brasil não passaria de um anfitrião emergente frustrado.

Hoje, o que vemos é que as obras para o carnaval FIFA estão atrasadas. Alguns estádios ainda nem saíram do papel. As obras para melhorar a estrutura aeroportuária, como o avião da praça ali em Canoas,  não saem do lugar. A politicagem asquerosa que caracteriza a nação impõe-se como um obstáculo insuperável e a filosofia do “ primeiro eu, depois os meus” colocam em risco a imagem já bastante deteriorada do gigante emergente. Como diria aquele dirigente do Grêmio  num passado longínquo depois de uma virada sofrida contra o Glória em Vacaria, esses são momentos “ divisor de águas”. Um dirigente para esquecer, mas enfim, fica a lembrança do gol salvador do Almir, que de vez em quando declinava um futebol com muita gramaticalidade.

Eis que a nossa presidente, que insiste fazer-se chamar presidenta, gramaticídio sistemático e delirante, deseja evitar que as obras da Copa e das olimpíadas estejam sujeitas ao escrutínio popular. O governo da Dilma deseja bloquear o acesso a informações cruciais como o custo das obras, quem pagou quanto a que empresa, entre outras coisas. Ora, a transparência deve estar assegurada, enfatizada e incentivada como prática e política inalterável sempre que se trata de dinheiro público. A Dilma acha que não, que não tem nada a ver, e manda sua nova soldada, a Salvatti, nome profético, dizer que não se justifica e que , a Corneta cita, “ se eu quero comprar uma casa, ninguém precisa saber quanto eu estou disposta a pagar”. Imaginem, até o Sarney queria que não houvesse sigilo! Mas a Dilma não, ela não quer saber de abertura. Pode que depois se descubra que a firma do Palocci foi contratada para, hum, digamos, uma consultoria.

O governo titubeante da sobrinha do Lula não entendeu ainda que o que queremos e precisamos são mudanças, avanços na administração e na cultura política nacional. Queremos ver uma nova forma de fazer política e de administrar a cousa pública. O que a Dilma nos oferece, por exemplo, nomeando tipos de currículo duvidoso, são crônicas de corrupções anunciadas.

terça-feira, 7 de junho de 2011

A fábula do peru, o ovo e o caranguejo.

Era uma vez uma ave da família dos meleagridídeos que habitava a costa pacífica de nuestra hermosa América Latina.  Para os menos versados em ornitologia, indicamos que na maioria das vezes essa ave, Meleagris gallopavo, é aquela que se come na ceia de natal. Deveras, talvez a única vez que o brasileiro a vê ao longo do ano. Ressalte-se que o chester, como espécie, não existe. Trata-se de uma , segundo dizem, ave manipulada geneticamente. Um pássaro Frankenstein. Você já viu uma foto de um chester? Eu não.

Enfim, num belo dia o peru chegou a uma encruzilhada. Um momento capital na sua vida, já tão atribulada. Como toda ave latina, o peru passou por poucas e boas. Na verdade, muitas e ruins. Depois de algum tempo, o peru tinha se ajeitado na vida, tinha melhorado um pouco sua situação. Ajeitou a casinha, que estava por cair. Mandou as crianças para a escola, ainda que a escola, como sua casa, estivesse por cair. Montou um negocinho, vendendo bugigangas, e ia, como gosta de dizer humildemente, com aquele seu jeitinho tão peruano, “ salindo adelante”. 

Só que na vida do peru, como na dos papagaios,  vizinhos com os que compartilham a Amazônia, o peru chegou em um momento da sua rota em que uma encruzilhada o forçava a decidir se ia para a direita, ou para a esquerda. De um lado , à sua direita, viu um caranguejo e um monte de urubus. Do outro, à sua esquerda, apenas um ovo. Parou e imediatamente  ouviu o caranguejo:
- Ei, peru, está perdido? Vem comigo.
Os urubus reforçaram o coro do caranguejo, dizendo, não vai para o outro lado não. Esse ovo aí está  podre.  Vai te arrepender. O caranguejo insistiu, dizendo:
- Eu ando para trás, um caminho que você já conhece. Poderemos inclusive evitar alguns buracos nos quais caímos na vinda. Melhor ir para trás, com segurança de voltar ao ponto de partida, do que ir atrás desse ovo. Ninguém sabe o que vai sair daí de dentro.  

O peru, que não tinha botões, consultava suas penas. Pensava no que fazer. Seguir o caminho do ovo, que poderia não chocar nada, ou talvez mesmo uma espécie de ave de rapina que acabasse matando-o, ou ir para trás , ouvindo a voz dos urubus.  Dessa decisão dependeria o seu futuro. Lembrou-se então de uma conversa que tivera com seu amigo e vizinho papagaio, que contava um dia ter passado pela mesma situação e que quase seguiu os urubus. Olho para o caranguejo e disse:
- Prefiro ver o que vai sair desse ovo. Contigo, eu só posso ir para trás. Desse ovo pode sair um ave de rapina, mas também um beija-flor, que poderá ser campeão na Sapucaí. Quem sabe até mesmo um bicho como aqueles que deu uma melhorada boa na vida dos papagaios? Vai com os teus, caranguejo. Eu giro à esquerda.

E assim, o peru resolveu apostar no ovo, na esperança que dele, por milagre, nascesse um molusco cefalópode, pelágico, da ordem dos teutóides, e que os papagaios chamam lula.