Depois do sorriso do lagarto,chegou a hora da corneta. O negócio é cornetear. Não importa nada, nem ninguém. Se você espera um blog construtivo, politicamente correto, pois senta, e continua esperando. Aqui, olho no lance, a jogada é criticar e liberar o stress. Terapia é bom, mas cornetear, camaradas, não tem preço. Aliás, o blog é grátis, popular, e não precisa entrar na cota para ler. 

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Israel,British Petroleum, a ONU e a seleção do Dunga: parem o mundo que eu quero descer.


Neste dia 31 de maio, a estupidez humana provou que realmente não tem limites.  Israel, país azedo, mal-amado e truculento cuja fama dispensa apresentações, conseguiu a proeza de tirar a British Petroleum , sua interminável  maré negra e a seleção do Dunga das primeiras páginas. O que era para ser uma simples abordagem a uma frota de barcos que levavam comida e medicamentos ao mais que sofrido povo palestino tornou-se um massacre.  A Frota da Liberdade não conseguiu chegar ao seu destino. Pelo menos 10 pessoas morreram e outras 30 ficaram feridas.  

Digo pelo menos, pois ninguém sabe ao certo nesse momento o saldo mórbido dessa operação desastrosa que chocou o mundo inteiro.  A corneta toca fúnebre em memória dos falecidos e como não tem nenhum dever diplomático manifesta seu total repúdio a esse ato.  Mais um para a  interminável lista de atrocidades cometidas pelo estado hebreu, cujo lema é “antes eles do que eu”. O pior mesmo é ver as declarações do governo, que justifica o operativo e mostra imagens de algumas fundas com as quais os soldados teriam sido atacados. Fundas. Isso mesmo. Aliás, que povo bem medroso esse. Deve ser um trauma de infância, pois cada vez que aparece uma funda, eles tocam bomba. Quantas crianças palestinas morreram por jogarem pedras num blindado hebreu, antes eles do que eu? O pior é pensar que esses mal-amados têm bomba nuclear e o apoio dos gringos, dos franceses, enfim, de quase todo mundo, menos dos árabes, claro. O Sadam, por muito menos, foi enforcado. Enquanto isso, o Netanyahu, primeiro-ministro sinistro, passeia livre pelo mundo e é recebido com pompas pelo ôbaôbama.

 Pois é. Uma segunda-feira trágica. O brabo mesmo é saber que tudo o que o mundo pode fazer é contar com as Nações Unidas e o seu Conselho Inútil de Segurança. Eles estão reunidos agora e vão provavelmente divulgar um comunicado aguado tipo “condenamos este ato inaceitável”. Isso aí é barbada. Quero ver mesmo é eles condenarem a falta do Ronaldinho e a presença do Josué, do Ramires e do Grafite. Quando penso na violência de Israel, na maré negra da BP - que hoje anunciou que o petróleo vai jorrar ate agosto, depois da copa que a seleção vai perder – e no time do Dunga, camaradas, penso em apertar o eject. Parem essa joça, pois como dizem na Costa Rica, yo voy jalando.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Marina Silva: a onda verde não passou de uma marolinha.


Esta semana esteve em Porto Alegre a candidata, bueno, pré-candidata,  presidencial do Partido Verde – condenado, parece, a não amadurecer. Para muitos, Marina Silva encarna a única opção verdadeiramente de esquerda na luta pela sucessão do campeão mundial dos presidentes, o nosso Lula. Sim, campeão do mundo de presidentes. Assim o Le Point, revista semanal francesa entre as mais lidas e respeitadas em Sarkozilandia, refere-se ao ex-sapo barbudo. Num especial de 21 páginas sobre o Brasil, “ le nouvel eldorado”, o Le Point enche o gordinho de confete e pergunta o que será do Brasil sem ele.  Boa pergunta.

O fato é que a senadora Marina Silva, terceira colocada nas pesquisas recentes, atrás do tio Coisa da família Adams e da Dilma, não conseguiu convencer em 80 minutos de entrevista a este humilde corneteiro de que ela tem café no bule e pode representar a alternativa que o Brasil precisa. Ah sim, precisamos de uma alternativa. O que fazer se o Kaká se lesionar? Hein? Pois o fato é que seu tom de voz monótono, estilo jogral, lembra-me o daquela tia que pega o metrô com o filho no colo e diz “ eu podia estar roubando, eu podia estar matando, mas estou aqui pedindo”. Um saco.  Ela é tão nordestina que quando fala, me dá sede e meu sapato enche de areia. Puro sertão experience. Zero carisma.

Marina, Marina morena, você se pintou, de verde, mas não convenceu. Marina, você faça tudo, mas faça um favor, e da próxima vez diga algo mais do que um monte de obviedades. Deixe de lado o discurso pobrezinha, estilo “ eu passei fome, eu quase morri, eu fui analfabeta”. Eu também passei por tudo isso. Todos os fiéis corneteiros foram analfabetos um dia, até aprender a ler, devagarzinho, começando com Ivo viu a uva e daí avançando. Marina, não é por ter sido pobre que tu tens a solução para a pobreza do Brasil. O Dunga jogou futebol, e aí está o resultado. De fato, se vejo a lista dos convocados para copa e a lista dos candidatos para a eleição , tenho vontade de chorar.

Nem mesmo quando fala sobre o seu tema favorito, o ambiente, enfim, as questões verdes, ela soa convincente.  Uma pena. Mas não vai ser dessa vez que teremos um efeito Obama. O onda verde da Marina não passou, como diria o campeão dos presidentes, de “uma marolinha”.  Na próxima, me candidato eu. E talvez o Ciro...

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Dunga reescreve a história.


Boa parte do Brasil, e do mundo, aguardava ansiosamente a lista dos convocados de Dunga para a Copa do Mundo da África, aquela copa profunda, ancestral, Bafana Bafana. Houve muito debate, muita tertúlia e análise sobre quem seriam os escolhidos do anão. Pois como diz o provérbio, a montanha pariu um rato. E o povo esperava um ganso, um pato, ou até mesmo a volta do boto. A mediocridade é tanta, entre Ramires, Elanos, Klebersons, Donis, Josués, Felipes Melos e Grafites, que só mesmo a câmara dos deputados pode fazer frente. Que Jesus, Alá, Buda, Ganesh, enfim, todos os deuses nos ajudem, pois a tarefa, que já não era fácil, torna-se agora hercúlea. 

Mas a corneta não segue a onda, não vai com o debate óbvio e prefere enfatizar algo que passou desapercebido pela imprensa, que estava ainda abobalhada pela lista de ingredientes com os quais o anão vai certamente nos oferecer um bolo abatumado de futebol medíocre e previsível. Claro, o que eu mais desejo é que ele me queime a língua. O fato é que o Dunga ontem reescreveu a história, e ninguém se deu conta. 

Como quem tratava de driblar as perguntas desconcertantes dos jornalistas, a maioria em estado de choque, Dunga, que como jogador tinha a habilidade e a ginga de um turista alemão desfilando na Caprichosos de Pilares na ala dos gringos com fantasia alugada, tratou de fazer manobras avançadas. Movimentos retóricos de efeito. Declarou, entre outras pérolas, que quando foi visitar o Mandela, incógnito, a imprensa deu pau e disse que ele queria recomeçar o apartáimi, ou em inglês, apart-time. Sim, isso mesmo. O apartáimi. E não disse uma vez só não. Ele insistiu. Disse que isso era uma acusação suja. E que admira o Mandela. 

Pois é. Mandela, que tem fama de líder mundial, mas que bem pouca gente sabe que na real teve muita sorte, pois quando saiu da cadeia já ninguém sabia quem ele era e qual tido sido seu papel na luta pelo fim do apartheid, recebeu o Dunga. O anão o admira, pois ele é um “grande líder, que não usou a violência, só a inteligência”. O fato é que em um momento da luta contra o APARTHEID, Mandela chegou a defender o uso da violência, e muita gente morreu nessa empreitada. Aliás, o  Ronaldinho lembra, naquele clássico em que ele deu um lindo chapéu no anão, como o tosco Dunga conseguiu pará-lo na sequência da jogada. Com suma inteligência, baixou-lhe o sarrafo e foi expulso. Lembram? Mandela teria vergonha de ver um branco atacando assim um pobre pretinho. Ainda bem que o “apartáime” já acabou.