Depois do sorriso do lagarto,chegou a hora da corneta. O negócio é cornetear. Não importa nada, nem ninguém. Se você espera um blog construtivo, politicamente correto, pois senta, e continua esperando. Aqui, olho no lance, a jogada é criticar e liberar o stress. Terapia é bom, mas cornetear, camaradas, não tem preço. Aliás, o blog é grátis, popular, e não precisa entrar na cota para ler. 

sábado, 16 de outubro de 2010

A solução é a cápsula


Pois é. E os mineiros saíram do buraco. Os chilenos, claro, pois os de Belurzonti continuam ali no fundo do poço. Consta que o presidente do Galo pediu emprestada a cápsula Fênix para ver se tira de uma vez por todas o Atlético das trevas. O Piñera, presidente empresário, diz que só aluga. Vender não, pois a sonda pode ser útil em outro momento.

Incrível como esse episodio mobilizou o mundo. Ficamos sabendo até que um dos mineiros tinha perfurado a galeria de uma vizinha e que a sua mulher não iria esperá-lo na saída, deixando os flashes para a amásia. As fotos do Florencio Avalos, o primeiro a sair, com uns óculos estilo Bono Vox, fizeram a capa de jornais e revistas no mundo inteiro. Aliás, registre-se que isso foi um Big Brother ao contrário, onde todo mundo queria ser o primeiro a sair e ninguém nem prestou atenção em quem foi o último. Quem esperava uma frase tipo “um pequeno passo para um homem um grande salto para a humanidade” recebeu um curto e autêntico “ viva Chile, mierda”. Alguns mais exaltados querem colocar a frase na bandeira do país.  O Piñera, oportunista e populista, disse que vai estudar a possibilidade.

O fato é que o episodio desatou no país um orgulho imenso de ser chileno. Uma mina que registra mais de 80 acidentes e onde o pessoal trabalha sem as condições mínimas de segurança expõe na verdade a essência do que é ser latino: a fé na enjambração. A crença fundamental no “não dá nada”. E é isso que comemoram também hoje os chilenos, essa certeza de que no fundo, não dá nada. Nós, latinos, já nascemos meio enjambrados. A improvisação está impressa no nosso DNA. Ora, por um milagre, e também por perícia, esses pobres trabalhadores explorados não morreram no momento do acidente e conseguiram superar o calvário subterrâneo. Mas enfim, enquanto o povo celebra e saúda os heróis a mina fecha e deixa desempregados outros tantos.  

Agora, já que se conseguiu tirar 33 homens de um buraco a 700 metros de profundidade, não seria possível, por exemplo, usar a cápsula Fênix para poder tirar os Palestinos do cerco ao que estão submetidos por Israel? Não daria para levar a cápsula em uma turnê mundial, passando por Cuba e tirando do buraco os presos políticos do regime dos Super Castro Brothers para depois ir tirar as tropas aliadas do buraco em que se meteram no Afeganistão? Que alguém ligue para o Piñera.