Depois do sorriso do lagarto,chegou a hora da corneta. O negócio é cornetear. Não importa nada, nem ninguém. Se você espera um blog construtivo, politicamente correto, pois senta, e continua esperando. Aqui, olho no lance, a jogada é criticar e liberar o stress. Terapia é bom, mas cornetear, camaradas, não tem preço. Aliás, o blog é grátis, popular, e não precisa entrar na cota para ler. 

sábado, 11 de setembro de 2010

Sobre eleições, circo e insônia


Estamos há menos de um mês do dia das eleições e o combate democrático chega a seu ápice. Candidatas e candidatos do Brasil varonil usam suas últimas armas para convencer o eleitorado. Enquanto isso, na sala de justiça, o pessoal do marquetingue político tenta uma última e desesperada manobra para mudar o rumo, assim como fez Edward Smith, o capitão do Titanic, naquela madrugada de abril, no longínquo ano de 1912.  O final, para muitos, será o mesmo.

A julgar pelas últimas pesquisas - espécie de ecografia do pensamento do povo, onde os especialistas tratam de ver a cara do bebê, se é menina, pela primeira vez, ou menino, de novo – a cobra já está morta e o tio Coisa, aquele da família Adams, vai seguir as instruções dadas pela rainha dos baixinhos e sentar bem lá no fundo, ali com a Cláudia e com o senhor Smith. O cara é tão chato que o povo não vai nem dar a chance de um segundo turno.

Tal como numa novela da Globo, não há nenhuma surpresa no desenlace e de fato, melhor que seja assim. Se por um lado a Corneta se regozija com a derrota da direita conservadora, lamenta a mediocridade da esquerda e manifesta sua profunda consternação com o casting do próximo folhetim ambientado no Planalto. Segundo as ecografias recentes, a montanha não vai parir um rato, mas sim um circo.

Se fosse o Vostok, ou o Du Soleil, dava para encarar.  O problema é dar-se conta que a próxima legislatura, num momento histórico fundamental, de mundo quase pós-crise,  onde o Brasil tem de se posicionar e evoluir,vai ter como grandes atrações o Tiririca, o Aguinaldo Timóteo e a mulher Pêra. O primeiro, autor da intragável Florentina, fez campanha dizendo não saber o que faz um deputado federal. O segundo declarou-se herdeiro político do Clodovil e anuncia como seu grande objetivo aprovar o projeto de lei do falecido costureiro que estabelece a gratuidade do exame de próstata. Pelo menos ele é sincero e admite que no fundo, a política serve é para isso, para o povo levar pelos ânus. Já a gloriosa Pêra, intelectual destacada no mundo acadêmico do Tatuapé ou do Salgueiro, faz campanha propondo, bueno, na verdade proposta não tem, sua plataforma política baseada na bunda e no peitão .   Fórmula de sucesso para o povão. Mas isso não é tudo, o Netinho, aquele do samba na COHAB, vai ser senador.

A minha pergunta é a seguinte: não existe um lugar de retiro para artistas decadentes? O que aconteceu com o retiro dos artistas? Espero que o próximo PAC da Dilma inclua medidas de apoio ao artista aposentado, frustrado ou fracassado, pois assim essa gentalha não vai mais precisar depender da política para se sustentar. Uma vergonha. 

O brabo mesmo é que, segundo estudo recente, homens que tem insônia tem quatro vezes mais chance de morrer mais cedo. Mas como é que alguém vai dormir com um barulho desses?