Depois do sorriso do lagarto,chegou a hora da corneta. O negócio é cornetear. Não importa nada, nem ninguém. Se você espera um blog construtivo, politicamente correto, pois senta, e continua esperando. Aqui, olho no lance, a jogada é criticar e liberar o stress. Terapia é bom, mas cornetear, camaradas, não tem preço. Aliás, o blog é grátis, popular, e não precisa entrar na cota para ler. 

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Obama, o ovo de urubu e o colibri

Muitos somos os que nos rejubilamos com a eleição do Obama, com o momento histórico, tantas vezes visto na ficção roliudiana, e que finalmente acontecia: um negro mandando na casa branca. Aliás, muitos acham que, assim como a chegada do homem na lua, a eleição do Obama é balela, e ele é um cara branco, maquiado pelos grandes gênios dos efeitos especiais. Alguns dizem mesmo que ele é o Jeb Bush, irmão do George, que era considerado candidato e tal, e que simplesmente desapareceu. Exato. Alguém sabe onde está o Jeb? Mas esse pousti não vai tratar esse tema, pois conspirações estão fora do escopo da Corneta de hoje. De hoje, quer dizer, fica aí uma fresta.

Mas, como eu dizia, ao ver o dia em que o primeiro negro, que alguns acham não é tão negro assim, mas fica pra outro debate, foi eleito presidente dos EUA, para muitos, foi não somente um dia histórico mas também um dia de reconciliação com os americanos. Depois de anos de Bush e todas as suas , eh, decisões equivocadas e paspalhices, parecia que afinal os americanos não eram tão ruins assim, puxa, os caras elegeram um negro, quase desconhecido, como presidente, quando todos davam como certa a eleição da Clinton, a Kirchner que não conseguiu ser. 

Um sentimento de alívio, então, tomou o mundo quando o Bush deixou a casa branca, com sorriso amarelo, e foi recolher-se no seu rancho texano. Havia esperança afinal, e os americanos são, dizíamos, gente boa. Mas aí, veio a reforma do sistema de saúde. 

A cousa é assim: nos EUA, terra dos bravos, lar dos livres, segundo o hino, a saúde pública não existe e são milhares de pessoas as que não tem acesso a nenhum serviço de saúde. Então, ôba ôba Obama começa a trabalhar para dar aos americanos pobres acesso a um direito humano essencial. Coisa fácil, barbadinha, pois quem vai dizer algo contra?

E então, os americanos despertaram do seu transe, do seu momento gente-boa e tomaram as ruas pra dizer: não, nós não queremos serviço de saúde gratuita, que isso é coisa de comunista. Pode? Pous é... E o debate torna-se cada vez mais agressivo, e a galera nas ruas protesta com rifle pendurado a tira-colo, pois lá, pode, país desenvolvido. Incrível, mas os caras estão nas ruas, basicamente dizendo que não, que isso de saúde pública não dá, os que podem pagar privado, legal, os que não, que morram de dor de dente. 

Uma gente que grita como louca por que quer continuar pagando, por que não quer um serviço gratuito. Não adianta: de ovo de urubu, não nasce colibri.