Depois do sorriso do lagarto,chegou a hora da corneta. O negócio é cornetear. Não importa nada, nem ninguém. Se você espera um blog construtivo, politicamente correto, pois senta, e continua esperando. Aqui, olho no lance, a jogada é criticar e liberar o stress. Terapia é bom, mas cornetear, camaradas, não tem preço. Aliás, o blog é grátis, popular, e não precisa entrar na cota para ler. 

quarta-feira, 31 de março de 2010

Hugo Chávez: quando não fazer nada é a melhor solução


Existem poucas figuras mais polêmicas no mundo político atual do que o presidente/ditador venezuelano, o senhor Hugo Chávez Frias.  Alguns dos seus discursos e frases entraram para a história. Sua participação em reuniões internacionais é sempre motivo de badalação e muita tinta corre depois de suas intervenções, muitas delas míticas, como aquela em que dizia sentir cheiro de enxofre, ao utilizar a tribuna dos discursos recentemente ocupada por Bush, ou então, ao dizer que o problema da Condoleeza Rice, a ex-secretaria de Estado gringa, era “falta de homem”. Muito fino, em uma recente reunião mandou o colombiano Uribe “al carajo”. 

O fato é que o líder bolivariano, de extenso legado em matéria de frases e tiradas,mostra-se menos hábil ao conduzir o país, que afunda-se em uma crise após a outra. Na terra do novo socialismo, onde o petróleo jorra da terra como as frases de efeito jorram da boca do Chávez, falta comida, falta água, falta luz. Vocês sabem que a corneta é de esquerda, mas a nossa paciência com a esquerda burra acabou. Faz tempo. 

As medidas do bolivariano não resolveram nada. Não há comida no país e a solução foi nacionalizar alguns supermercados. Nos bairros pobres, existem mercadinhos do governo, onde compra-se, com custo, produtos essenciais. Não há, por semanas, leite, nem frango. A situação se agrava e os protestos são diários. Claro, não são divulgados pelos meios, controlados pelo governo, que passa mais tempo mandando prender donos de empresas do que encontrando soluções para a falta de emprego e comida.

A Venezuela afunda-se numa crise energética. Numa tentativa de incentivar a população a economizar água e luz, o grande líder da esquerda dura latino-america mandou a população tomar banho de, no máximo, 3 minutos. Disse que chuveiro não é lugar para cantar, e que ele mesmo leva 3 minutos na ducha e que “nem fede depois”.

Mas há que reconhecer que o governo está tomando cartas no assunto, e que essa semana foi tomada uma decisão que realmente vai resolver o problema da falta de energia: decretou-se feriado total durante a semana santa. Assim, forçando o povo a ficar em casa e com os comércios e a indústria fechados, o grande visionário da esquerda burra vai de uma vez por todas resolver o problema da falta de energia.

Pergunto-me se para resolver o problema da fome ele vai converter o país ao islamismo e decretar  um Ramadã extraordinário, que dure o ano todo e não só um mês. Nascerá assim o islamismo bolivariano. Para a esquerda burra, não fazer nada, e culpar o império, é a melhor solução.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Finalmente um estudo científico útil: não se pode culpar um homem por ser um homem


A produção científica atual caracteriza-se por uma profusão de estudos totalmente inúteis ou, no melhor dos casos, questionáveis. Basta dar uma olhada, por exemplo, nas teses de mestrado e doutorado que são publicadas e cujos títulos vão do estapafúrdio, como “a influência do plâncton na reprodução de moluscos nas costas do Tuvalu” ao estrambótico, como “A (con)vivência do cliente frente à Disfunção Erétil: uma contribuição da sociopoética para o cuidado de enfermagem no perioperatório”. Não, não é gozação, você pode encontrar esse texto no site  www.dominiopublico.gov.br.  Há muitos outros igualmente interessantes.

Eis que então surge finalmente uma publicação científica de grande valor. Refiro-me ao estudo da doutora Louann Brizendine sobre o cérebro masculino. Nesta obra, intitulada The Male Brain, a doutora conclui que, no fim das contas, não se pode culpar o homem por ser um homem. Ela admite que as mulheres fazem isso  desde o princípio da história, ainda que segundo conste, Adão não tinha outra mulher para observar – mas pode que o Dan Brown, aquele do código, tenha evidência sobre o tema. Entretanto, após estudar o cérebro masculino, ela nos isenta de toda e qualquer culpa e conclui, cientificamente, que as mulheres não tem razão quando reclamam de nós. 

A doutora conclui que a área do cérebro masculino chamada “área espelho”, a que serve para entender como a outra pessoa se sente, é menor. Assim, é normal quando nós não entendemos o que as mulheres querem dizer. Explica-se nossa cara de paisagem quando elas querem discutir a relação. What?

Ela acrescenta que a área do cérebro que corresponde à busca do prazer sexual é quase 3 vezes maior no homem. Conclui que isso torna “impossível ao homem para de pensar  no corpo feminino e em ter relações sexuais’. Finalmente, Brizendine comprova que nós somos incapazes de não olhar para outras mulheres, já que os circuitos visuais do nosso cérebro sempre estão a buscar “ fêmeas férteis”. Assim, companheira leitora, não há razão para dar um beliscão no seu marido/amante/ficante/companheiro/namorado quando ele der aquela olhadinha para o lado. Segundo uma doutora, especialista, isso é “a resposta mais natural do mundo” e o nosso cérebro está programado para isso.  Ela diz que, mesmo que não exista nenhum intenção de parte do indivíduo, ele tem de checar o material, no texto original “check out the goods”.

A Corneta regozija-se com a publicação dessa obra, que deve tornar-se leitura obrigatória na escola, na universidade, inclusive para o pessoal da quota, pois assim evitaremos muitas discussões entre casais, separações, divórcios, brigas, pelejas, arranca-rabos, enfim, muito barraco e baixaria seria evitado. Quem sabe até a louca do “Pedro me dá o meu chip” teria evitado semelhante mico, na verdade um King Kong, se conhecesse a obra da gloriosa doutora Brizendine.

Um estudo científico que diz que não se pode culpar um homem por agir como um homem, realmente isso sim é uma contribuição para a humanidade. Mulheres, a ler, e a desculpar-se, claro. Companheiros: ide e divulgai a boa nova. 

quinta-feira, 25 de março de 2010

Ao regressar do continente mãe

Depois de 10 dias no continente mãe, a mama África - aquela, mãe solteira, que trabalhava como empacotadeira nas casas Bahia , que fracassou no RS - voltamos ao trabalho. Tínhamos planos inclusive para enviar uma corneteada ancestral,profunda e liberadora direto  da terra que inspirou este blógui. Mas não foi possível. No hotel, nos roubaram e a equipe editorial ficou sem computador. Na África, o que menos corre, voa.

Algumas breves impressões sobre a cidade mítica dos Bafana Bafana, que tocam a gloriosa vuvuzela, assim se chama a corneta aquela, aguarde e confie, pois ela vai aterrorizar na Copa do Mundo. Em primeiro lugar, não parece África. Eu estive em diferentes lugares do continente mãe, e realmente a estrutura da cidade impressiona. Outra coisa que impressiona é que os mendigos são todos brancos...

A comida é boa, os serviços nos hotéis são bons. Diga-se de passagem que fomos roubados em Maputo, que nome, no Moçambique. O problema é que não é possível caminhar pela rua. Quando você vai sair do hotel, cercado por altas grades, o segurança, armado até os dentes, olha para ti assim, desconfiado, e pergunta se tu tens mesmo certeza de vais sair... A gente pensa que a violência no Brasil é um problema, mas ali, é muito mais. Pergunto-me como vão controlar a situação durante a Copa.

Aliás, o ambiente que encontrei não indica que logo começará ali a maior festa do futebol, bom, a segunda, depois da avalanche. Não há clima de festa, exceto nos comerciais de cerveja e na recepção do hotel. Não existe nada nas ruas, que só podem ver-se de dia, depois que cai o sol o que tu vês da janela do hotel é um deserto, assim como no meio-campo do time do Fossati.

Os sul-africanos com quem falei estão indignados, pois não podem pagar os preços absurdos dos ingressos.  Acham que o governo do Zuma, mais questionado que o Silas, não soube mobilizar o povo e não tomou as medidas necessárias. Eles reclamam que não há bandeiras, faixas, enfim, nada que indique que ali é uma cidade sede do mundial. Ou havia, e alguém levou. Aliás, eles acham que quem leva a Copa são os espanhóis, aqueles mesmos que tomaram uma chapuletada dos americanos na Copa das Confederações.Uma gente que contrata o Parreira, depois o Joel, e depois o Parreira, não sabe o que diz. 

terça-feira, 9 de março de 2010

Desculpas, carros desgovernados e recall.


Um dos talentos mais extraordinários do ser humano é a sua capacidade de inventar desculpas. A culpa nunca é nossa, apesar da evidência que está ali a desafiar-nos dizendo marotamente: e agora, como vais sair dessa? Pensemos então em Jim Sikes. Você sabe quem é? Pois ele foi notícia hoje, dá uma gugleada aí, se você é da geração gúgou. Pode até clicar no botão “hoje estou com sorte”. Mas faça-o logo, pois esse tipo de celebridade instantânea, estilo sal de fruta, logo perde o gás e já ninguém sabe quem foi, nem que fim levou, assim como ocorre com o Robin, o Celso Roth e o Jeremias, aquele que mata dez, mata mil, mata até o delegado “se ele for possível”.


Pois o Jim, ah o Jim, é um tremendo charlatão. Hoje, numa estrada californiana, ele realizava uma ultrapassagem e sentava o chinelo no seu Prius, aquele veículo transexual da Toyota, híbrido, esquisito, mas ecológico. O bólido cruza a estrada a 140 km/h quando ao longo Jim avista uma viatura. Ela sabia que estava frito, sentiria o peso da lei, pensou em fugir, mas lembrou-se de todas as cenas de perseguição policial que viu naqueles programas inúteis na TV a cabo, e reagiu: pegou o telefone e ligou pra polícia, que naquele momento já o perseguia. A conversa foi mais ou menos assim:


- Alô, polícia/ eu estou a 140 km/h na estrada, sou o carro esse que vocês estão seguindo, aqui pelo quilômetro 47.


- Senhor, pare imediatamente! Você está cometendo um delito e será preso e julgado por isso.


- Mas eu não posso! Não consigo parar!


- Como assim não pode? Senhor, pare imediatamente!


- Não dá, eu tenho um problema não carro, não consigo reduzir, frear, nada! e o meubrádio só pega AM...


- Oh shit, só AM. Senhor, por favor, a quem quer enganar com essa história?


- Mas não é balela, é quente! Escuta, eu estou dirigindo um Toyota Prius!


- Ah...um Toyota Prius, aquele do recall. Bom, nesse caso, não se preocupe, vamos dar um jeito.


E assim foi. Depois de enrolar descaradamente a polícia, ele não somente escapou de levar uma multa e ser preso, mas ainda teve seu minutos de fama e pensa até escrever um livro estilo: Prius, se meu carro parasse.


Pois é, a cousa foi mais ou menos assim. O fato é que o cara simplesmente aplicou que não conseguia controlar o carro, um modelo que deixou de ser o orgulho da empresa japonesa para ser a causa da vergonha e humilhação do grupo. A imagem do presidente do gigante japonês, Aiko Toyoda - se ligou no nome? – pedindo desculpa pelos defeitos técnicos no carro deu a volta no mundo e arranhou para sempre a imagem de qualidade total Toyota, que teve que fazer um “recall” de mais de 130 mil veículos. E de quebra, salvou o Jim.


Coisa interessante esse ricóu. A gente paga os olhos da cara por um carro e depois descobre que ele tem um defeito grave que pode causar acidentes fatais. Aliás, justiça seja feita, a Toyota não é a primeira em ter de fazer um ricóu. A Volkswagen fez um ricóu de alguns modelos pois havia uma falha no motor que podia causa nada mais nada menos que “chamas no local”. Chamas no local, em português corrente, quer dizer que o carro corre o risco de incendiar. Interessante também o caso do Fox, modelo que apresentava um problema no porta-malas que podia decepar o dedo da criatura. Inacreditável. Como curiosidade, vale mencionar o caso dos carros MacLaren, para bebê, que também foram motivo de um mega ricóu, mais de um milhão de unidades, pois o carrinho, bom, decepava os dedinho das criaturinhas. Imagine, o cara sai de casa com o seu Fox flamejante, pra passear com as crianças na redenção, e na mesma tarde de domingo ele fica sem dedo, o filho também, e a mulher sem a bolsa, pois o arrastão pegou.


Corneteiro antenado já sabe: na próxima vez qem que a coisa estiver feia, e você pensar que está sem saída, lembre-se do Jim. E aí, ricóu neles.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Sarney presidente: a volta de quem nunca foi.


A corneta premonitória havia já declarado que 2010 estava decidido a ser o ano da catástrofe. O corneteiro descuidado, superficial, que mora onde não há risco de terremoto nem de enchente pensou, rindo-se, estar tranquilo, sem trema e sem temor. Ledo engano, tia Leda. Hoje, uma notícia bombástica foi divulgada pela imprensa nacional. Uma revelação apocalíptica que nos coloca em estado de alerta para um tsunami político que, segundo os informes de mal agouro, atingirá as nossas costas, o peito, o bolso, enfim, tudo, entre agosto e setembro: Sarney vai ser presidente do Brasil.

Eu sei, parece piada, mas não é. Infelizmente a notícia é verdadeira. Sarney, ele que ostenta o título nada lisonjeiro de morto-vivo mais decrépito da cena política nacional, corrupto consagrado, pego com a mão na massa e que chorou pedindo perdão, voltará a ostentar o título de presidente da república. Você, como eu, está em choque? Eu que pensava que o florão da América ia avançar, depois de ler que a diferença entra a Dilma e o tio Coisa, aquele da Família Adams, diminuiu. E eu, inocente, achei que agora o gigante pela própria natureza, depois de mandar o Arruda pra cadeia e negar um habeas corpus pro Lalau, tinha resolvido ser sério, um impávido colosso, mais aí vem a Vanusa me lembrar que no fundo no fundo, somo apenas risonho e límpido.   

Bueno, se perguntará o corneteiro desavisado por que raios o Freddy Krueger da política nacional vai sentar, de novo, na cadeira de presidente. Pois a cousa está cozida da seguinte forma: o Lula vai abandonar o posto para dedicar-se a eleger a Dilma; o Alencar, coitado, que mal pode com ele mesmo, vai concorrer a senador, então, não pode assumir; o Michel Temer, presidente da Câmara, que seria o próximo na lista, deve ser vice da Dilma, então também está fora. Sobrou para o presidente senil do senado, ele, que inspirando-se no Jason da série de horror Sexta-feira 13, volta a atormentar e assustar mais uma vez, quando a gente achava que ele era carta fora do baralho. Em ano de eleição, onde o povo brasileiro vai tratar de escolher o rumo do país nos próximos 4 anos, a gente dá um enorme passo atrás, e o senhor esse do bigode, que não solta o osso, vai ser o manda-chuva por uns meses. Cuidado com a carteira.

O que eu me pergunto é o seguinte: e se acontecer algo com o Sarney, eles vão chamar o Itamar outra vez? A corneta já se pronunciou a respeito. Veja o pousti ‘agora vai”.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Sobre o toque de recolher


As pessoas não mudam, a menos que façam um esforço sério, consistente e honesto para consegui-lo. Se você é um corneteiro incipiente, poderá referir-se ao pousti sobre o ovo de urubu e o colibri. Mas não precisa ser agora, viu, que o texto vai ficar lá, quietinho, paradinho, para ser lido com sabedoria, quando apeteça. Voltando então ao assunto de hoje, dizia que as pessoas não mudam. E os milicos então, esses, muito menos.

Alguns corneteiros dirão que milico não é pessoa. Eu não chego a este extremo, mas não por convicção, e sim por medo de represálias. Nesses dias, quando o secretário de saúde é assassinado, o presidente do cremers também, e o representante da delegação gaúcha em Brasília aparece morto no Paranoá, bueno, melhor ter cuidado. Precaução e Brahma extra bem gelada não fazem mal a ninguém. 

 Pois resulta que depois do terremoto que abalou o Chile - e que hoje disputa as capas de jornais do Brasil com a mais recente eliminada do BBB, que a essa altura já deve ter contrato com alguma publicação cultural para mostrar todo o seu talento, e enfim, dar a sua contribuição para o avanço e progresso do país – as pessoas afetadas seguem sem receber ajuda concreta do governo. Sem saber o que fazer, sem ter condições de dar ao povo chileno uma resposta, o governo recorre a essa medida arbitrária, nefasta, e que foi tão criticada durante a ditadura militar pela pseudo-esquerda que hoje administra o país: o toque de recolher.  

 Um abuso. Uma violência. O governo mobiliza 14 mil milicos, não para entregar comida, não para dar assistência aos feridos, aos desabrigados que perderam tudo, mas sim para proibir a população de circular. A situação beira o fantástico de um conto do Borges, não o centroavante do glorioso imortal, mas o escritor argentino. Ora, o princípio de um toque de recolher é que ninguém sai de casa, certo? Mas o que faz quem não tem casa? Ah? Pois é, a casa caiu, a criatura está na rua, e chega um milico e te interpela, assim como nesse diálogo que nos foi enviado por nosso correspondente em Concepción:

Milico: señora, señora, por favor, pare.

Señora: pero que pasa?

M: que hace usted aquí? Está prohibido estar en la calle.

S: pero señor, por favor, para donde voy?

M( já irritado,procura o cacetete): señora, las órdenes son claras. Después de las 6, hay que estar en casa, comprende? Para la casa, ahora!

S: pero señor, no tengo casa. La casa cayó, mi marido se murió.

M: señora, venga, queda detenida, vamos a la prisión.

S: pero señor, la prisión también fue destruída con el terremoto...(veja a foto acima)

M ( comunica-se com o chefe, pelo rádio): comandante, y ahora, que hago com la vieja? 

Pois é, as pessoas não mudam. Fico por aqui, que já soou o toque de recolher.

terça-feira, 2 de março de 2010

2010: só catástrofe até agora.


Pois é, demorou, mas saiu. Depois de um fim de ano atribulado, com muito trabalho, e de férias bem merecidas no florão da América, a corneta vai voltar a tocar. Claro, agradecendo aos milhares de leitores, todos eles fictícios e imaginários, que enviaram lindos e emotivos apelos virtuais, pedindo a volta da corneta. Ela voltou, a corneta voltou novamente, partiu daqui tão contente, por que razão quer voltar? 

 Pois a corneta volta lúgubre, fúnebre. Se fosse bandeira, voltaria a meio mastro. Mas é corneta, então soa triste e pesada. Não há como ser diferente, considerando a quantidade de catástrofes ocorridas em 2010. Algo impressionante a quantidade de pessoas que já perdeu a vida, seja por inundação, terremoto, furacão, tempestade ou todas as opções acima. Se 2009 foi o ano da crise, 2010 parece decido a ser o ano da catástrofe. Em nota leve futebolística, vale lembrar que o inter, com minúscula, foi derrotado pelo Novo Hamburgo, com maiúsculas, em casa. E vem outras ainda, pois seu treinador uruguaio vai acabar deixando a galera vermelha na fossa. 

 Mas enfim, o que preocupa, entre tantas coisas, é a total falta de capacidade das autoridades incompetentes para enfrentar momentos de exceção como os que vimos desde o começo do ano, inclusive na noite mesma da virada, com o triste episódio de Angra dos Reis. Como cantavam os legionários urbanos, “pra que se explicar, se não existe perigo”? 

 Imaginem, faz quase dois meses que ocorreu o terremoto no Haiti, um país que em condições normais parecia que tinha acabado de passar por uma catástrofe, e as pessoas ainda estão sem saber o que fazer, sem ter para onde ir, sem receber nenhuma ajuda concreta de parta da  tão falada “comunidade internacional”, um monte de diplomatas ( antes fossem os chocolates) com pouco preparo e, no máximo, boas intenções. Amadorismo total. Nem o gauchão, organizado pelo enredado noveletto, é tão amador. A ONU não evolui, e sinceramente,  eu já joguei a toalha. O pior para o Haiti é que agora veio o terremoto do Chile, e vocês sabem, terremoto é como eliminado do Big Brother: o último é o mais badalado.

 Que tristeza ver as pessoas perdidas, desesperadas. O governo não aparece, mas na hora em que o povo invade os supermercados por um pouco de comida, mesmo que seja para o cachorro, como foi o caso da senhora chilena que saia do super com um sacão de ração, os milicos vem e baixam o cacete. Se fossem tão eficientes para dar uma resposta aos desastres, não seria muito melhor?