Depois do sorriso do lagarto,chegou a hora da corneta. O negócio é cornetear. Não importa nada, nem ninguém. Se você espera um blog construtivo, politicamente correto, pois senta, e continua esperando. Aqui, olho no lance, a jogada é criticar e liberar o stress. Terapia é bom, mas cornetear, camaradas, não tem preço. Aliás, o blog é grátis, popular, e não precisa entrar na cota para ler. 

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Acabemos com a FIFA: por uma Federação Bolivariana de Futebol


Bueno, e a Copa acabou-se. Para nós, claro. Para o time laranja e o outro com cor de chouriço a cousa continua. Mas isso já não tem importância, pois a nossa carruagem virou abóbora.  Assim, as brasileiras e os brasileiros voltam ao seu cotidiano nada patriótico e todo o amor pelo país volta para o fundo do baú, onde estão acumulando mofo os gibis do Conan o Bárbaro e aquela  edição do Pasquim sobre o gatilho salarial. Pois é, eu sou desse tempo.

Enfim, a onda agora é analisar o que deu errado, dar pau no Dunga, no Jorginho, no Teixeira. O novo esporte nacional é discutir quem vai ser o próximo técnico da seleção. O debate sobre quem vai ser o próximo presidente, ou presidenta, é secundário. Aliás, falando nisso, por que não uma técnica para a seleção? Se os EUA foram capazes de eleger um negro, e o Brasil  parece estar pronto para eleger uma mulher, por que não uma técnica para a seleção? Se o Dunga foi contratado sem nenhuma experiência, a Marta também pode. Ela, pelo menos, joga futebol. O Dunga lutava tae-kwon-do com bola.

Mas a corneta é um instrumento de vanguarda e não vai ficar analisando nenhuma obviedade. O que a corneta quer realmente é levantar uma lebre revolucionária. Ora, todos sabem que a FIFA é uma organização esclerosada e corrupta que não gosta de latino-americanos e nem de mudança.  Prova disso é que quando se deram conta, nas oitavas de final, que havia quatro latinos e que havia uma grande probabilidade de uma final entre hermanos, a ordem dada aos árbitros foi clara e precisa: na dúvida, contra os latinos. Por isso não querem vídeo nem nenhuma modernidade tecnológica que possa fazer do futebol um esporte limpo onde o melhor ganhe. Assim sempre haverá margem de manobra, tramóias e outros golpes sujos.

A FIFA não queria que o Brasil ganhasse, pois jogando a próxima copa em casa, O Brasil seria imbatível e teria já 7 canecos.  Por isso escalou aquele japonês que devia ter expulsado o Van Bommel três vezes. O mesmo Van Bommel que no jogo contra o Uruguai bateu mais que o Dunga no seu auge, e que recebeu um cartão amarelo no minuto 89, por reclamar que o jogo já devia ter acabado. Pobre Uruguai, que teve um pênalti legítimo, de cinema, não marcado. O Paraguai também foi roubado e teve um gol anulado. Só no jogo da Argentina o arbitro não precisou interferir. Os pelotudos do Peluza foram naturalmente eliminados.

Pois, como dizia, a FIFA é um atraso e vai continuar organizando copas para os europeus ganharem. Uma organização que se esconde na Suíça, não pode querer nada mais do que defender os interesses europeus.  Aliás, na Suíça se escondem todas as organizações inúteis do mundo : Nações Unidas, Organização Mundial do Comércio, UNESCO, UNICEF, Organização Mundial da Saúde, entre outras. Coincidência?

Enfim, frente a esta situação, reconhecendo o fato de que não se pode mudar a FIFA, só existe uma alternativa: criar uma nova federação de futebol. Mas não uma federação capitalista, com sede na Europa. A solução seria uma Federação Bolivariana de Futebol, com sede em Caracas. Claro, no lugar do Blatter, colocamos o Chávez. Para as transmissões dos jogos, nada de ESPN, nem SPORTV e maracutaias com a compra dos direitos. Tudo grátis, na TVSUL ou na Al Jazeera. Teríamos uma copa inclusiva, bolivariana e libertadora, onde todos os países poderiam participar. Veríamos jogos inéditos como Ilhas Fiji e Suazilândia. O futebol se reaproximaria dos seus valores sociais originais. Claro, teríamos que esperar que fosse resolvido o problema de racionamento de água e energia na Venezuela, senão o Chávez ia reduzir o tempo de jogo para 15 minutos, para evitar o risco de apagão. Ah, e ducha depois do jogo, nem pensar.